segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Bases Teóricas

  • A Cachaça Germana
  • Técnicas Sustentáveis (Lorenço, 2011)
  • Linha de Produção (Ford, 1947)
  • Inovação (Moysés, 2003)
  • Processos de Exportação (Minervini, 2001)
  •  Ministério da Agricultura, a lei Nº 8.918.
  • Documentos de Exportação (Marques, 1999)



A Cachaça Germana
Cachaça é a denominação típica e exclusiva da aguardente de cana produzida no Brasil, obtida do destilado alcoólico simples de cana-de-açúcar ou pela destilação do mosto fermentado do caldo de cana-de-açúcar.
Esta bebida, tipicamente nacional, está relacionada diretamente ao início da colonização do País e à atividade açucareira, que, por ser baseada na mesma matéria-prima da cachaça, forneceu influência necessária para a implantação dos estabelecimentos cachaceiros.
Os senhores de engenho passaram a servir o tal caldo, denominado cagaça, para os escravos. E logo após isso se começou a destilar a cagaça, nascendo assim à cachaça.
Dos meados do século XVI até metade do século XVII as "casas de cozer méis" se multiplicaram nos engenhos e a cachaça tornou-se a moeda corrente para compra de escravos na África. Alguns engenhos passaram a dividir a atenção entre o açúcar e a cachaça. Desse modo, a cachaça sempre deteve uma áurea relacionada ao que é considerado marginal, devido ao seu baixo valor e associação às classes mais baixas (primeiro os escravos e depois os pobres e miseráveis).
A descoberta de ouronas Minas Gerais trouxe uma grande população, vinda de todos os cantos do país, que construiu cidades sobre as montanhas frias da Serra do Espinhaço. Com o passar dos tempos melhoraram-se as técnicas de produção e a cachaça passa a ser apreciada por todos. Consumida em banquetes palacianos e misturada ao gengibre e outros ingredientes, nas festas religiosas portuguesas - o famoso quentão.
Nas últimas décadas, seu reconhecimento internacional tem contribuído para diluir o índice de rejeição dos próprios brasileiros, alçando um status de bebida chique e requintada, merecedora dos mais exigentes paladares.




Técnicas Sustentáveis
Para analisar as técnicas sustentáveis da cachaça Germana, em sua linha de produção, é importante que se compreenda o significado desustentabilidade.
Em 1992 houve a maior conferência já realizada da United NationsConferenceonEnvironmentandDevelopment (UNCED), realizada no Rio de Janeiro, com a participação de mais de cem nações. Várias pesquisas foram realizadas até o ano da conferência, e as conclusões a partir das mesmas não deixavam dúvidas sobre o perigoso caminho que o mundo estava seguindo, no seu desejo em se obter padrões de vida que não são suportados pelo nosso planeta. Nesta conferência houve vários acordos internacionais principalmente voltados para a proteção da biodiversidade e do clima.
Conforme Almeida (2008), amplos são os conceitos de sustentabilidade aceitos, mas podemos dizer que desenvolver-se satisfazendo as necessidades atuais e não comprometer a geração futura no quesito “suprir suas necessidades”, é uma ótima definição sobre sustentabilidade corporativa.
De forma mais elaborada, segundo o Portal da Sustentabilidade (2011), sustentabilidade é um conceito sistêmico, relacionado com a continuidade dos aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais da sociedade humana. Propõe-se a ser um meio de configurar a civilização e atividade humanas, de tal forma que a sociedade, os seus membros e as suas economias possam preencher as suas necessidades e expressar o seu maior potencial no presente, e ao mesmo tempo preservar a biodiversidade e os ecossistemas naturais, planejando e agindo de forma a atingir pró-eficiência na manutenção indefinida desses ideais. A sustentabilidade abrange vários níveis de organização, desde a vizinhança local até o planeta inteiro.
Nesses aspectos, pode-se dizer que técnicas sustentáveis são princípios, segundo o qual o uso dos recursos naturais para a satisfação de necessidades presentes não pode comprometer a satisfação das necessidades das gerações futuras, o que requereu a vinculação da sustentabilidade no longo prazo, um “longo prazo” de termo indefinido, em princípio. Para que um empreendimento humano seja considerado sustentável, é preciso que seja: ecologicamente correto, economicamente viável, socialmente justo, culturalmente diverso (LORENÇO, 2011).
A partir destes conceitos o presente projeto buscou analisar a sustentabilidade do setor da cachaça e como o Grupo Germana aplica e busca aperfeiçoar suas técnicas na linha de produção desde o plantio da cana ao envasamento.


         Inovar na Linha de Produção
Para verificar o padrão de qualidade e aceitação da cachaça Germana no mercado nacional, comprovando a inovação proposta pelos idealizadores na linha de produção, há que se falar desistema de produçãoe inovação.
Segundo Silva (2007), Henry Ford (1863-1947), nascido no Estado de Michigan (EUA), representa a contribuição de indústria para a formação da teoria clássica da administração. Ele era um empresário com visão pratica que buscava a cristalização do conceito da eficiência, no mais amplo sentido, em uma fábrica de automóveis.
A empresa, na visão de Ford, dividiu-se em dois níveis distintos: planejamento e execução. O planejamento, os técnicos elaboram os métodos e o próprio trabalho; na execução, os operários só efetuam o trabalho que lhes é levado às mãos. Por isso, em razão da padronização dos elementos do trabalho, a especialização determina um ritmo constante, assegurado pelas rotinas estabelecidas.
No sistema Ford, esclarece, o operário adaptava seus movimentos à velocidade da esteira rolante, sendo naturalmente conduzido à ritimização involuntária, de acordo com o nível de produção.
Para ele, Ford procurou suprir o tempo perdido pela matéria-prima, com o trabalho contínuo. Com sua filosofia de produção em massa, preços baixos, altos salários e organização eficiente do trabalho, destacando-se ai a rapidez de fabricação, Henri Ford apresentou ao mundo o maior exemplo de administração eficiente individual que a história conhece (SILVA,2007).
Nesse contexto, outro ponto fundamental que se deve tratar é a inovação.
De acordo com o professor da FGV e Coordenador Executivo do Fórum de Inovação, Moysés Simantob (2003, p.02), inovação é ter uma idéia que a concorrência ainda não teve e “implantá-la com sucesso”, é“parte da estratégia das empresas, cujo foco é o “desempenho econômico e a criação de valor”. Para o autor, a inovação,um dos “maiores desafios do mundo corporativo moderno”, tem um conceito simples. É uma iniciativa que surge como uma “novidade para a organização e para omercado e que, aplicada na prática, traz resultados econômicos para a empresa – sejam eles ligados à tecnologia,gestão, processos ou modelo de negócio”.A inovação informa,“pode estar no desenho, no produto, nas técnicas de marketing ou no serviço prestado ao cliente”, nasruas, nos centros comerciais, nas revistas e nos outdoors. Entretanto, para o autor, ocerne da inovação está no consumidor e é preciso atendersuas necessidades para criar valor de fato.
Nas palavras de Simantob (2003),
Inova-se para se diferenciar no mercado e para gerar riqueza contínua. Inovação e classificada em quatro quadrantes: Inovação de produtos e serviços: desenvolvimento e comercialização de produtos ou serviços novos, fundamentados em novas tecnologias e vinculados à satisfação de necessidades dos clientes. Inovação de processos: desenvolvimento de novos meios de fabricação de produtos ou de novas formas de relacionamento para a prestação de serviços. Inovação de negócios: desenvolvimento de novos negócios que forneçam uma vantagem competitiva sustentável. Inovação em gestão: desenvolvimento de novas estruturas de poder e liderança (SIMANTOB, 2003, p.3).

Processos de Exportação
Para verificar o processo de exportação e aceitação da cachaça Germana no mercado internacional, há que se falar de internacionalização de produtos.
Internacionalização, segundo Minervini(2001), define-se como a “capacitação das empresas de se ajustar aos mercados externos e a capacidade de internacionalização e encarar a exportação como uma estratégia para melhorar a competitividade”. Tendo como objetivos principais a qualidade, criatividade e profissionalismo, o autor explica que “com a conquista do mercado interno, novas oportunidades podem se abrir no mercado externo”. Tal como acontece com a concepção e implementação de outras estratégias, “a estratégia de internacionalização deve passar por uma análise do mercado, da concorrência, dos potenciais clientes e dos pontos fracos e fortes da estrutura, por forma a se definir objetivos e linhas de ação”.
Segundo Minervini (2001), existe critérios que devem ser lavados em conta para uma empresa ingressar no mercado internacional. Basicamente o autor cita a:
  • determinação das exigências do exportador: o autor ressalta que o exportadortem que saber o que quer com a internacionalização e com quemele estará se correspondendo;
  • determinação das fontes de informação: a quantidade e qualidade de informações têm que ser cuidadosamente selecionadas, pois é fator vital para a empresa no mercado externo;
  • seleção das formas de ingresso no mercado externo: segundo o autor, milhares de empresas utilizam somente uma ou duas formas de ingresso no mercado externo; e os
  • encontros e procedimentos de trabalho: depois de selecionado o seu parceiro de trabalho, defina com ele um plano de trabalho.
A Central Exportaminas, vinculada à Coordenadoria Especial de Comércio Exterior da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, foi criada em 2004 pelo Governo do Estado de Minas Gerais, pelo Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais (INDI) e pela Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), com o objetivo de facilitar as exportações, ampliando as oportunidades dos produtos brasileiros no mercado internacional.
Em março de 2008, informa a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (SEBRAE-MG)“aderiram ao esforço operacional da Central Exportaminas”. A Central, por exemplo, com a“missão impulsionar o desenvolvimento econômico sustentável de Minas Gerais”, por meio do “atendimento aos exportadores mineiros e da promoção comercial internacional do Estado”, proporciona “maior competitividade com a geração de emprego e renda e redução das desigualdades regionais” (EXPORTAMINAS, 2011)
Quando se fala de processo de exportação é importante destacar os trâmites naturais envolvidos. Em Aprendendo a Exportar(2011), um processo de exportação é feito seguindo os seguintes passos:
Identificar mercados de destino, verificar se o produto não tem restrições para exportação, analisar o mercado para avaliar a viabilidade da exportação, efetuar o primeiro contato com o importador, efetuar o credenciamento como exportador, analisar aspectos tributários, nacionais e internacionais, selecionar canal de distribuição, definir vias de embarque, condição de venda (INCOTERMS) e modalidade de pagamento, formalizar a negociação, preparar a mercadoria para embarque, solicitar a autorização de embarque, providenciar a documentação para embarque, embarcar a mercadoria e despacho aduaneiro, preparar a documentação pós-embarque e efetuar a contratação de operação de câmbio (AE, 2011,).
A legislação que rege as exportações de produtos alimentícios define que cada empresa deverá adequar seu produto para o total atendimento da legislação de alimentos de cada mercado alvo. Tratando-se de produtos alimentícios, estas adequações merecem uma atenção especial, pois as modificações a serem feitas podem variar de país para país e muitas vezes entre países de uma mesma região (AE, 2011).
Segundo o Ministério da Agricultura, a lei N.º 8.918, de 14 de julho de 1994, regulamentada pelo Decreto N.º 52.314, de 4 de setembro de 1997, alterado pelos Decretos 3.510/00 e 5.305/04; é a legislação que rege as exportações de produtos alimentícios e define que para a exportação de bebidas, vinhos e derivados da uva e do vinho, tanto o estabelecimento, quanto os produtos devem ser registrados no Ministério da Agricultura. Quando não há interesse na análise de laboratório, o exportador deve apresentar o termo de compromisso, assumindo a responsabilidade sobre eventuais problemas na exportação do produto. Além disso, é necessário atentar para demais requisitos legais, bem comoa documentação exigida.
Enfim, segundo Marques (1999), os documentos para se realizar uma negociação internacional são os seguintes:
·         Fatura comercial
·         Conhecimento de carga (embarque)
·         Certificado de origem
·         Certificado de inspeção
·         Romaneio de embarque (packinglist)
·         Letra de câmbio (saque)
·         Apólice de seguro.

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